Pompeo explica que com o loT é possível medir o nível de água dos poços em tempo real, o gotejamento do pivô, sensorizar umidade do solo, volume de chuva, integrar dados meteorológicos, medir vibração de equipamentos (telemetria), localização atual, inventário de estoques existentes de qualquer tipo de produto, pressão dos pneus de veículos, nível de calor, pH da água e de líquidos, entre outras medições.
Entretanto, para tudo isso ser possível, existe um pré-requisito chamado conectividade, que possibilita capturar e conectar os equipamentos de loT com a internet e transportar suas informações através de longas distâncias, disponibilizando a informação onde ela será utilizada.
“Neste caso, sem uma rede de telecomunicações que ofereça cobertura geográfica para captar e retransmitir o sinal e as informações, tudo fica inviabilizado”, afirma Pompeo.
Para o empresário, no Brasil, a extensão territorial e o modelo de operação e comercialização em vigor têm sido um limitante. “As operadoras não possuem uma malha de cobertura adequada implantada que permita que esta infraestrutura seja transparente e disponível. Assim, para poder utilizar as vantagens do IoT, por exemplo, um trator conectado informando em tempo real o que está acontecendo, o produtor precisa viabilizar sua malha de cobertura, uma rede privativa, a qual ele mesmo tem que fazer, investir e até colocar torres de transmissão”, explica.
Conectar passou a ser uma necessidade e ao mesmo tempo uma oportunidade de criação de novas empresas que ocupem esse mercado de fornecimento e com diversas tecnologias possíveis para realizar essas Redes Privativas. Temos empresas de tecnologia ofertando a venda e instalação para um produtor específico, com modelos de consórcio para explorar a locação dessa infraestrutura em parceria com associações e prefeituras. Diversos modelos de oferta surgem todos os dias.
Pompeo relata que, recentemente, a
ANATEL passou a licenciar um novo tipo
de operadora de Telecom, denominada MVNO. “Neste modelo, as empresas que conseguem ter autorização ou credenciamento para operar como tal passam a ofertar soluções personalizadas e regionalizadas de infraestrutura de conectividade e podem operar em parceria com os fornecedores de loT. Uma forma de levar ao produtor uma solução completa, fazenda conectada + solução loT para gerenciar ativos da fazenda”, compartilha.
Assim, o parceiro regional, que normalmente é uma empresa que tem tecnologias especializadas para uma determinada aplicação, como gestão da irrigação, pivô, telemetria e gestão de frota, passa a desenvolver contrato de parceria com uma MVNO para entregar ao seu cliente uma solução completa e funcional. Isso tem aumentado a velocidade e a efetividade dessas soluções para o campo, criando um caminho sustentável para o tema.
O empresário ressalta que as MVNOS não são concorrentes das MNOS. Na verdade, trabalham em parceria e compartilham camadas tecnológicas de infraestrutura para viabilizar as soluções de conectividade.
“Ocorre que as MNOS têm muita dificuldade de endereçar soluções diretamente para o cliente em função do seu modelo de negócio. Assim, este arranjo viabiliza este atendimento e traz velocidade ao crescimento do campo conectado.”