MWC Barcelona 2023

MWC Barcelona 2023
O que aprendi no MWC 2023
O Mobile Word Congress é o maior e mais influente evento para o ecossistema de conectividade do mundo, onde reúne os principais players deste mercado.
Encontramos desde os fabricantes de equipamentos de rede (infraestrutura), core de rede em software, fabricantes de equipamentos para rede wi-fi, fabricantes de telas, dispositivos celulares, óculos de realidade virtual, drones, a ofertas de soluções verticalizadas. É uma indústria que movimenta trilhões de dólares.
A principal oferta apresentada na feira é o 5G e suas inúmeras apostas.
As plataformas 5G possuem o conceito de uma Apple Store e Google Store. Porém algo que me chamou muito a atenção é a visão de combinações tecnológicas, onde um mesmo dispositivo pode estar conectado à rede 5G, porém não limitado a cobertura provida pela infraestrutura celular, mas combinado com satélites e Wi-Fi.
Já existem satélites (Nokia) que convertem o sinal nas frequências utilizadas pelas redes de telecomunicações e grande parte dos projetos de redes privativas combinam rede celular com redes wi-fi e os cores de rede já possibilitam o gestionamento de ambas as tecnologias em um único lugar.
Também encontrei um grande número de companhias que estão apostando na fixed wireless. O novo conceito de fibra, que agora chega até as nossas casas virtualmente, sem necessidade de cabeamento.
É claro, que em um show como o MWC, também exista espaço para futurologia. No stand da Nokia encontramos uma pequena demonstração da 6ª geração da internet (6G) que possibilita sentir, pensar e agir. A rede irá identificar o que desejamos comandar com um simples gesto corporal.
A Huawei já está trabalhando na internet 5.5 que pretende entregar 10X mais capacidade que o 5G, ou seja, de 10GB por segundo. Isso porque a China conseguiu em apenas 3 anos prover a escala massiva da tecnologia 5G para sua população. Algo ainda impensável para o Brasil que está apenas iniciando a expansão dessa tecnologia.
Além das evoluções das futuras gerações da internet, também vimos a Nokia em um projeto de levar a internet para a Lua com o objetivo de prover manutenções à distância e possibilitar que através da rede os carros autônomos possam se autocorrigir.
Os gêmeos digitais, grande aposta para o seguimento industrial, possibilitam reprogramações de plantas sem interações humanas no mundo físico. Algo fantástico que poderá prover um enorme ganho produtivo. Imagine reprogramar uma planta em apenas 8 horas. Isso é incrível!
Mas dado o distanciamento desses temas e sua pouca utilidade em nossas vidas para os próximos 3 a 4 anos, desejo retornar aos assuntos mais presentes destacando a guerra entre as operadoras de telecomunicações e as OTTs (Big Techs).
O descompasso entre o aumento do tráfego, que gera maior necessidade de investimentos na rede de telecomunicações, e a incapacidade de aumentar a receita dado a crise econômica, tem gerado grande debate junto ao regulatório para que as Big Techs sejam obrigadas a contribuir com os investimentos em infraestrutura de telecomunicações.
Atualmente existe uma consulta pública da União Europeia sobre a sustentabilidade do setor de telecomunicações coordenado pela GSMA e a Korea já saiu como protagonista implementado uma nova lei, chamada lei Netflix que tributa as OTTs.
O Brasil por possuir um contexto mais complexo para administrar, as companhias brasileiras que participaram da delegação organizada pela Softex, Telcomp e TeleBrasil, aproveitaram a participação do poder público para endereçar os temas mais críticos que nos fazem perder competitividade global.
Além da reforma tributária, que foi item de pauta central e recorrente, outros temas ganharam espaço na agenda, como:
1. A manutenção dos serviços de telecomunicações como serviços essenciais visando a redução das cargas tributárias.
2. Utilização do FUST para expansão das redes de telecomunicações. Segundo o ministro das comunicações já foram repassados ao BNDES 32 bilhões entre fundos reembolsáveis e não reembolsáveis.
3. Lei das Antenas municipais para agilizar a entrada do 5G.
4. Os ISPs pleitearam por um regulamento de postes mais sustentável, e por leis que suportem a crise dos fios que ficam abandonados após interrupção dos serviços por inadimplência, ou roubo.
5. Capacitação e formação de mão de obra tecnológica. Todos temem que o país possa ficar extremamente competitivo por falta de mão de obra qualificada.
Acredito que quanto maior a complexidade do contexto, as oportunidades são equivalentes. Nosso país é um celeiro de oportunidades e estamos inseridos em um segmento extremamente próspero.
Quanto maior for nossa ambição e nossa disposição de execução, maiores serão os nossos resultados. Tenho certeza que a vontade de fazer COISAS GRANDES é o que nos une e que a densidade intelectual somada a coragem e determinação nos farão construir um ambiente corporativo que empregará milhares de pessoas e atuará como um agente transformador do nosso país.
Taizze Wessner – CEO Grupo Virtueyes
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